Infidelidade

sexta-feira, dezembro 15, 2006

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Nas últimas semanas, têm sido várias as pessoas que vêm parar ao meu blog, através da pesquisa que efectuam no Google, com frases do género: “como lidar com infidelidade”. Muito provavelmente, ficam desapontadíssimas por não encontrarem aqui solução para o seu problema e devo confessar que se alguma vez eu soubesse a resposta, vos garanto, ficaria rica com as vendas milionárias do livro de título bombástico do género: “aprenda a sobreviver à infidelidade e liberte a fera que há em si”. Infelizmente nada sei que possa transmitir aos outros sobre o assunto. Não que não tenha já sido traída (já perdi a conta às vezes que aconteceu…), não que não tenha já traído. Contudo, penso que nunca se aprende a lidar com isso. Com a experiência aprende-se, isso sim, a minimizar os estragos, recolhendo os cacos que qualquer infidelidade provoca, e a seguir em frente mais rapidamente. Nas primeiras vezes, julga-se que se morre de tanto sofrimento interior e os olhos ficam vermelhos e inchados, durante semanas, de tanto choro. Nas outras, a dor é igualmente forte, apenas o tempo de lamentação vai encurtando, de modo que os olhos ou nem chegam a ficar vermelhos, ou até mesmo se mantêm secos, sem lágrimas. Devo confessar que é um tema que me fascina. O que leva alguém a ser infiel? Será que o ser humano não possui “genes” da fidelidade? Toda a gente já foi infiel pelo menos uma vez na vida, ou há alguém que tenha sido sempre fiel (mesmo em pensamento) ao seu companheiro? Consegue-se ser fiel a certa pessoa e a outra não, ou quem é infiel é-o sempre? Ser infiel é sinónimo de traição ou poderá não ser? Porque se sente o ser humano traído com uma infidelidade? Consegue-se verdadeiramente perdoar uma infidelidade / traição?
Penso que terão sido muito poucos ou mesmo nenhuns os homens que em relacionamentos afectivos me tenham sido fiéis. Muito azar da minha parte ou sou simplesmente realista e detecto sinais que a outros passam completamente despercebidos ou que preferem ignorar? Não sei. Provavelmente as duas coisas. Da minha parte, fui infiel uma vez. A pessoa visada nunca o soube. Certo é que isso deixou marcas, mesmo que invisíveis aos outros, a ponto de eu terminar a relação pouco tempo depois. Embora, não tendo sido a causa principal foi a gota de água que faltava para que o copo transbordasse. Creio que tomei consciência que se tinha sido infiel é porque algo de importante faltava dentro do relacionamento e sem possibilidade dessa vertente ser acrescentada, optei pela ruptura.
Neste post vou deixar os leitores contarem as suas vivências. Como já disse, é um tema que me fascina e, por isso, gostaria de saber as vossas experiências. Podem optar por responder às questões que acima coloco ou pura e simplesmente contar a vossa narrativa. Acima de tudo, gostaria que contassem porque e em que circunstâncias foram infiéis ou como reagiram quando souberam duma infidelidade. Não preciso de saber nomes, podem optar pelo anonimato, se preferirem.
Obrigada!