Infidelidade

sexta-feira, dezembro 15, 2006

Nas últimas semanas, têm sido várias as pessoas que vêm parar ao meu blog, através da pesquisa que efectuam no Google, com frases do género: “como lidar com infidelidade”. Muito provavelmente, ficam desapontadíssimas por não encontrarem aqui solução para o seu problema e devo confessar que se alguma vez eu soubesse a resposta, vos garanto, ficaria rica com as vendas milionárias do livro de título bombástico do género: “aprenda a sobreviver à infidelidade e liberte a fera que há em si”. Infelizmente nada sei que possa transmitir aos outros sobre o assunto. Não que não tenha já sido traída (já perdi a conta às vezes que aconteceu…), não que não tenha já traído. Contudo, penso que nunca se aprende a lidar com isso. Com a experiência aprende-se, isso sim, a minimizar os estragos, recolhendo os cacos que qualquer infidelidade provoca, e a seguir em frente mais rapidamente. Nas primeiras vezes, julga-se que se morre de tanto sofrimento interior e os olhos ficam vermelhos e inchados, durante semanas, de tanto choro. Nas outras, a dor é igualmente forte, apenas o tempo de lamentação vai encurtando, de modo que os olhos ou nem chegam a ficar vermelhos, ou até mesmo se mantêm secos, sem lágrimas. Devo confessar que é um tema que me fascina. O que leva alguém a ser infiel? Será que o ser humano não possui “genes” da fidelidade? Toda a gente já foi infiel pelo menos uma vez na vida, ou há alguém que tenha sido sempre fiel (mesmo em pensamento) ao seu companheiro? Consegue-se ser fiel a certa pessoa e a outra não, ou quem é infiel é-o sempre? Ser infiel é sinónimo de traição ou poderá não ser? Porque se sente o ser humano traído com uma infidelidade? Consegue-se verdadeiramente perdoar uma infidelidade / traição?
Penso que terão sido muito poucos ou mesmo nenhuns os homens que em relacionamentos afectivos me tenham sido fiéis. Muito azar da minha parte ou sou simplesmente realista e detecto sinais que a outros passam completamente despercebidos ou que preferem ignorar? Não sei. Provavelmente as duas coisas. Da minha parte, fui infiel uma vez. A pessoa visada nunca o soube. Certo é que isso deixou marcas, mesmo que invisíveis aos outros, a ponto de eu terminar a relação pouco tempo depois. Embora, não tendo sido a causa principal foi a gota de água que faltava para que o copo transbordasse. Creio que tomei consciência que se tinha sido infiel é porque algo de importante faltava dentro do relacionamento e sem possibilidade dessa vertente ser acrescentada, optei pela ruptura.
Neste post vou deixar os leitores contarem as suas vivências. Como já disse, é um tema que me fascina e, por isso, gostaria de saber as vossas experiências. Podem optar por responder às questões que acima coloco ou pura e simplesmente contar a vossa narrativa. Acima de tudo, gostaria que contassem porque e em que circunstâncias foram infiéis ou como reagiram quando souberam duma infidelidade. Não preciso de saber nomes, podem optar pelo anonimato, se preferirem.
Obrigada!

29 Comentários:

Anónimo disse...

Consegue-se ser fiel a certa pessoa e a outra não. Eu acredito piamente nisto e ponho-o em prática actualmente.

Anónimo disse...

Só mesmo tu para te lembrares de escrever sobre tal tema. Mas ok, cá vai: A 1ª vez que alguém me foi infiél pareceu-me uma catástrofe. Era muito nova e pensava que a paixão era correspondida e que era o conto de fadas tornado realidade. Quando soube que afinal ele andava comigo e com mais umas quantas julguei que o mundo tinha acabado. Ninguém nos diz sobre isso, apenas sabemos a parte linda dos contos "e viveram felizes para sempre...". O que dói mais numa traição é julgarmos ser único o que existe entre nós e o outro e afinal não só não é único como ainda é dividido com outras pessoas. O que parecia ser especial, não passava duma variante sobre o mesmo tema, onde a única variação eram os figurantes
Beijinhos

Anónimo disse...

Cá tá um assunto que fascina, de que forma, todo e qualque mortal. Quando nos sentimos traídos, tantas formas existem de o ser, experimentamos as sensações que tão bem descreves.
Na verdade doi, marca e, apesar de sermos mais ou menos fortes, estruturados, as impressões que uma infidelidade deixa, para sempre ficarão gravadas em nós, como que um estigma que não mais nos abandonará, independentemente dos anos que vivamos.
Não é assunto fácil de se abordar, não sei se alguma vez conseguirei falar abertamente da infidelidade, da traição que, a vários niveis, me obrigou a recomeçar, a aprender a viver e a repensar a finalidade desta vida, a razão de por cá andar se falhei naquilo que considerava fundamental para a nossa/minha existência, uma vida a dois, que começa a par, passa por ter filhos e termina da maneira mais natural, os dois sós, como começaram.
Pelo menos já serviu para falar um pouco embora quase nada tenha dito e por aqui me fico. Ainda assim, agradecido por esta tua ideia mas penso que em caso de infidelidade, activa, pensada, concretizada, retrai o traído, preferindo este tentar,tantas vezes infruífera, isso sim nem sequer pensar nisso, quanto mais falar...
Bjs.

João Lisboa disse...

Primeiro sente-se o chão fugir debaixo dos pés. Tudo gira rápido. Os pensamentos voam à velocidade da Luz! O peito aperta-se e sente-se dificuldade em respirar. Respirar passa por instantes a ser uma coisa estranha. Quase aflitiva.
Depois segue-se a fase das perguntas. Todas! E uma mais ainda.
Por fim o Mundo perdeu sentido e procura-se um Porto Seguro onde descansar a mente em efervescência. Tudo aquilo em que se acreditava ruíu. Deixou de fazer sentido.
Traição?
Se ambos o querem; se ambos o desejam, porque não?
Os outros? Talvez não precisem saber. Para quê?
Viver e deixar viver. Se não se está bem então muda-se!
(Mas que marca, marca! Que dói, dói! Muito! Depois deixa de doer, aos poucos. Naturalmente!)
Bjs

DarkViolet disse...

Comecei a escrever e apaguei várias vezes um comentario ao teu post. O ser humano têm e consegue obter demasiado conhecimento para ser fiel, mas o mais importante é sermos fieis a nós mesmos o que envolve demasiados obstáculos e um deles acaba por ser o autoconhecimento. Quando posto em jogo o ser fiel connosco mesmos com as outras pessoas, seremos sempre infiéis, não há volta a dar quanto a isso.

Lilith disse...

Yashmeen,
Obrigada pelo teu comentário. Eu também sou da opinião que se pode ser fiel a alguém. Mais, considero que é um exercício de vontade diário. As circunstâncias para sermos infiéis continuam presentes, como para qualquer outro ser humano, apenas há uma decisão consciente ou inconsciente de não ceder perante essas circunstâncias.
Bjs

Mónica,
Obrigada amiga pelo teu corajoso comentário. Acompanhei de perto e sei pelo que passaste.
Bjs

Luís,
Não conhecia a tua experiência. Só te posso agradecer e admirar a tua coragem de a teres revelado, ainda que tenha sido, como tu dás a entender, apenas a ponta do iceberg.
Bjs

João,
Obrigada pelo teu testemunho. Apesar de falarmos de mil e uma coisas, há assuntos que vão ficando esquecidos nas gavetinhas compartimentadas dos nossos cérebros e que acabam perdidos em nós. Apenas nos lembramos deles quando algo idêntico acontece a nós ou a alguém muito chegado.
Bjs

Dark Violet,
Agradeço o teu comentário. Queres dizer que, ou somos fiéis a nós próprios ou o somos ao outro. É isso? Acho uma abordagem interessante e diferente ao tema, mas gostaria, caso fosse possivel, que me explicasses melhor como se chega à conclusão que ser fiel a nós e ao outro são sempre situações antagónicas.
Obrigada

Klatuu o embuçado disse...

Eu sou sempre fiel... a todas as mulheres que amo... sempre ao mesmo tempo... :)

P. S. A Yashmeen ficou de coma com a festa de aniversário ou quê?? :)

Dark kiss.

Lilith disse...

Klatuu,
Ora aí está uma perspectiva interessante da fidelidade... de certeza que as mulheres que amas, todas e ao mesmo tempo, também saberão corresponder à tua fidelidade do mesmo modo! ;)

P.S. - A Yashmeen já deve ter chegado à "Inbicta" por esta hora. Temos 1 jantar marcado para amanhã, por isso não dá muito jeito que entre em coma até lá :)

Klatuu o embuçado disse...

Exacto... sou um conspirador do sexo ao molhe! :)=

__________FELIZ NATAL__________

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JAJAJAJAJAJAJAJAJAJAJAJAJAJA!!!!!!!

Lilith disse...

Klatuu,
Ok, ficaram aqui registadas as tuas preferências sexuais. Pena que este blog seja mais frequentado pelo sexo masculino, mas se souber de alguém interessado no "sexo ao molhe", podes estar descansado que eu aviso-te! ;)
UM MUITO FELIZ NATAL também para ti!

Anónimo disse...

Cara amiga:

Trair, nunca traí e dadas as circuntâncias ( ou falta delas ), tenho a certeza que nunca fui traído.
O meu amor próprio, esse sim, sente-se traído por nunca se sentir inteiramente feliz.
Já agora, o único que deita tudo para trás das costa é o Pai Natal. Esse sem dúvida não trai,... e por maior que seja o fardo, cá o temos de volta todos os anos. Boas Festas a todos os traidores, traidos e afins e que sejamos dignos de sermos considerados humanos.
Cá estaremos todos em 2007 para partilharmos outras sugestões. Bjs. com muita amizade,

Anónimo disse...

Cara autora:

" Há só duas maneiras de estar na vida.
Uma, é pensando que nada é um milagre.
Outra, é pensando que tudo é um milagre. "

Albert Eistein ( 1879-1955 )

Eu só espero que as pessoas não estejam na vida para traír, ou serem traídas, porque a vida é bela.
Boas Festas e excelentes prosas para 2007, são os meus sinceros votos,

Klatuu o embuçado disse...

Népia... não me arranjes mais ninguém... as amigas que tenho já me sugam o tutano! :)

Anónimo disse...

oh caramba, se este blog é mais "frequentado pelo sexo masculino", então vá!
sou uma gajinha disponível e... ah esperem, a contrapartida -- mau feitiooooo!

e sobre o tema... acho que não sei o suficiente para comentar. espero nunca o vir a saber.
as minhas relações pautam-se mais pelo fragmentarismo pós-moderno que outra coisa qualquer.
=P

se me acontecesse eu afastava-me. sem drama, mas sem mais conversa. adeus para nunca mais.

Lilith disse...

Agradeço a todos os vossos comentários. Estes últimos, só hoje tive oportunidade de publicar, dado que o meu portátil decidiu suicidar-se em vésperas natalícias. Foi muita carga emotiva para ele... não aguentou a pressão! Na verdade, talvez tenha sido eutanásia (ou morte medicamente assistida), pois o meu filho achou por bem afogá-lo com 1 copo de água perante o sofrimento do pobre. Pensando melhor, talvez o acto se enquadre mais em assassinato por negligência, mas enfim... é esta a realidade: estou sem computador em casa!

Paulo,
Obrigada pelo teu testemunho. Que 2007 te traga tudo o que mereces. És um ser humano maravilhoso!

Caro Anónimo,
De facto, só há essas duas formas de estar na vida. Infelizmente, ou felizmente, já não sei, na minha, elas têm-se alternado, consoante os momentos, as circunstâncias, as pessoas e até o meu estado de espírito. UM FELIZ 2007

Klatuu,
Ok. É bom saber que as tuas amigas não deixam os créditos por mãos alheias! ;)

Arya,
No entender do género masculino, todas nós temos mau feitio, por isso essa parte da tua personalidade é completamente ofuscada pelas qualidades intrínsecas que te são inerentes (uauuuu... ninguém entendeu nada, mas que ficou uma frase linda, ficou!!!!)
Também espero que nunca venhas a saber. De qualquer forma é muito mais "in" ser vítima do síndrome do fragmentarismo pós-moderno do que duma traição! O que me faz pensar: tenho tanto a aprender com as gerações modernas...

Patrícia disse...

http://shedmyskin.blogspot.com/
lê o post sexo: feminino. Acho excelente.

Anónimo disse...

Olá.
Eu sou casada há 16 anos, tenho um filho de 12 e o meu marido traíu-me. Descobri há 5 meses, ele já andava um pouco estranho sempre com tel. na mão, até que descobri umas mensagens, fiquei arrasada, pediu-me para ficar com ele, pois ela era casada e eles nunca iam ficar juntos. Portante se ficásse comigo nunca mais a ía ver nem ter nenhum tipo de contacto com ela, a única coisa que me pedia era para não falar mais no assunto e esquecer quem ela é, porque eu não consegui descobrir quem é e por mais que lhe pergunte ele nunca me vai dizer, só se for quando já formos velhinhos. Depois de impor as minhas condições aceitei e resolvermos dar mais uma oportunidade ao nosso amor, por nós e pelo nosso filho que é o nosso orgulho e merece todos os sacrifícios da nossa parte, para crescer em paz e ser feliz, porque como ele já nos disse várias vezes não gostava de ser filho de pais separados. Até aqui tudo bem, foi uma grande dor, mas a pouco e pouco vou tentando ultrapassar, ele mudou totalmente de atitudes comigo, ajuda-me em tudo e trata-me como nunca me tratou, é super querido e está sempre a fazer planos para o nosso futuro, sempre juntos e chateia-se quando eu lhe digo que a coisa pode dar para o torto. Mais tarde descobri que ele tinha umas chamadas superiores a 30 minutos no tel. p/ duas mulheres casadas da nossa convivência e fazia várias chamadas para elas por semana sempre com tempos elevados, perguntei-lhe ser era alguma delas ou as duas a "tal", diz que não e que elas só lhe dão um toque para ele lhes ligar quando não estão bem com os maridos e precisam desabafar, será que precisam desabafar tanta vez por semana e ainda por cima temos que ser nós a pagar os telefonemas. Fiz-lhe ver que era uma situação constrangedora, afinal falar uma vez de vez em quando era uma coisa, mas assim consecutivamente devia trazer água no bico, porque ainda por cima os maridos delas não podem sonhar que elas lhe telefonam, mas eu tenho de achar a situação normal. Como não aceitei e fiz-lhe ver qual era a situação dele se os maridos delas descobrirem, afinal são amigos dele. Os telefonemas grandes da parte dele pararam, só há alguns de vez em quando mas são pequenos, alguns até são na minha presença e não ouvi nada de especial. Agora elas não sei se lhes telefonam ou não porque não tenho costume de vasculhar as chamadas, mas se são elas a telefonar pelo menos são elas a pagar.
Nunca pensei que me aparecessem este obstáculos, achava que perdoava, continuava com alguma dor e desconfianças, mas que as mentiras iam parar, mas tenho dúvidas é que ele é vendedor e passa o dia fora de casa, à noite chega sempre cedo. Mas às vezes ao telefone dá-me a sensação que está diferente e não é a mesma pessoa, será que é quando está com ela (às vezes tenho dúvidas se realmente eles não se deixaram, só andam mais discretos, será que nunca mais vou deixar de duvidar?). A minha confusão ainda é grande, apesar de ele não me dar grandes motivos para desconfianças às vezes ainda lhe apanho uma ou outra mentira sem importância, será que atrás destas sem importância virão outras mais importantes? Eu só queria ajuda para tentar ser feliz. Afinal ele garante-me que nunca mais me traíu, nem sequer a viu nem telefonou, mas se eu não quiser acreditar, prefere ir-se embora porque não quer viver em brigas toda a vida e acha que já pediu perdão pelo que fez e eu se perdoei, não devo andar toda a vida a cobrar o mesmo.
Apesar de às vezes me sentir feliz sei que nunca vai ser como antes
e de vez em quando tenho recaídas que não sei o que fazer. - será que devo confiar mesmo? Por outro lado tenho medo de confiar demais e me dar mal, só de pensar que ele está tão bem comigo e pode logo a seguir ir para os braços da outra, dá-me arrepios e não quero acreditar que seja possível, afinal eu quero mesmo confiar.

Beijinhos
Mariana

Lilith disse...

Olá Mariana
O seu comentário sensibilizou-me profundamente. Dado o seu comentário ser muitissimo pessoal, eu gostaria de poder trocar algumas impressões consigo, caso a Mariana assim o entenda. Para isso, deixo aqui o meu endereço de e-mail:

mflsh@clix.pt

Ficarei a aguardar o seu contacto.
Abraço
Lilith

Anónimo disse...

Olá
como não tenho e-mail próprio, será que não dá para falar comigo através de comentários nes te site?
Por mim não há problema é mais fácil do que para o e-mail do meu emprego.

Cumprimentos
Mariana

Anónimo disse...

Olá
Será que não pode falar comigo através destes comentários?, dado que não tenho e-mail próprio, era mais fácil falar através deste site do que do e-mail do meu emprego que pode ser lido por muita gente que me conhece.
cumprimentos
Mariana

Lilith disse...

Olá Mariana.

Claro que dá. Tenho a impressão que não terá recebido o e-mail que lhe enviei. Confirme, por favo. Caso contrário, eu coloco aqui o seu conteúdo.

Abraço
Lilith

Anónimo disse...

Olá pode enviar o conteúdo para estes comentários, porque eu realmente não recebi o e-mail.

Fico a aguardar
cumprimentos
Mariana

Lilith disse...

Olá Mariana

O seu comentário impressionou-me bastante, porque senti nele um pedido de ajuda urgente, de alguém que a escutasse e percebesse o quanto sofria e estava confusa.

Se quiser desabafar e se achar que a ajuda saber que tem alguém deste lado que a ouve e entende pelo que está a passar, disponha deste endereço de e-mail para o fazer.

Se tiver oportunidade, crie no clix ( www.clix.pt ) ou no gmail ( www.gmail.com ) um endereço de e-mail próprio. É gratuito e só a Mariana terá acesso a ele através da password que der. Se tiver alguma dúvida como se faz, diga-me e ajudá-la-ei no que puder. Assim, será mais fácil eu enviar-lhe mensagens e a Mariana enviar as suas sem que haja o perigo de alguém ter acesso a elas. Hoje de manhã vou estar por aqui. Por isso pode contactar-me neste e-mail.

Posso dizer-lhe que tudo pelo que está a passar é normal. A Mariana quer confiar, mas ao mesmo tempo ficou magoada e com muitas dúvidas. Penso que ficaram assuntos por falar, que não ficaram devidamente esclarecidos ou denota os mesmo sintomas anteriormente no seu marido e por isso acha que ele pode traí-la novamente.

Fico a aguardar as suas mensagens

Abraço
Lilith

Anónimo disse...

Olá
Os sintomas que o meu marido tinha anteriormente, não tem mais, pois ele andava tão cego e tão louco, que passava a vida com o telemóvel na mão e quando saía-mos andava sempre nas casa de banho, para poder enviar as mensagens à vontade, e dizia que andava mal dos intestinos, mas nada disso aconteceu mais. Eu ando sempre com o coração nas mãos e acho que já vejo coisa em todo o lado, se calhar outra no meu lugar achava que neste momento tem o marido de sonho da forma que ele se comporta comigo, mas há dias apanhei um n.º de telefone novo na factura do telemóvel para quem ele fez várias chamadas, falei-lhe disso e ele disse-me para eu esclarecer como quisesse pois não sabia de quem era, devia ser algum cliente e não se queria chatear por uma situação tão banal. Tentámos ligar do tel. dele, estava desligado, já foi há mais de um mês, esse número nunca mais apareceu no tel. dele, mas quando eu ligo ou está desligado ou não me atendem (fico com a sensação que deve ser alguém que não quer falar comigo). Será? Há cerca de duas semanas ele recebeu um toque em privado para o tel. e arranjou logo umas compras para ir fazer enquanto eu fazia o jantar. Eu sei que não foi a nenhum encontro, pois demorou-se muito pouquinho, mas será que não foi telefonar? Quer dizer telefonar ele não telefona porque as chamadas não vêm na factura, só se dá um simples toque para depois ligarem para ele.
São estas pequenas coisas a que eu se calhar dou muito atenção, eu estou a anotar tudo quanto se passa de normal e anormal numa espécie de diário que de vez em quando vou analisando e vendo a evolução, acho que vamos no bom caminho pois desde há duas semanas que não tenho nada para desconfiar, enquanto ao princípio todos os dias aconteciam coisas muito estranhas, algumas vão-se esclarecendo a pouco e pouco e vejo que são mesmo imaginação minha, outras ainda não consegui esclarecer. Vou tentando.
Estou-me a lembrar duma que não consigo esclarecer - na véspera de natal apareceu com uma prenda linda para mim e também comprou uma coisita para ele, disse que a viu numa montra onde foi vender, gostou e comprou, até aí tudo normal, mas não é que em conversa com o vendedor da loja fiquei a saber que já não tem dessas peças há muitos meses, se vendeu alguma no natal é porque andava para lá esquecida, mas não me pode confirmar, e eu fico a pensar - se estava na montra e tudo - como é que o sr. da loja não se lembra. É esquisito não é? perguntei-lhe (ao meu marido) se não tinha sido um presente que lhe deram, jurou-me que não. Resolvi dar-lhe mais espaço, apesar de estar atenta a tudo, mostrar-me mais desligada e pegar tanto no pé dele por tudo e por nada. Vamos ver se não me arrependo.
Desculpe alongar-me tanto. Quanto ao email ainda vou pensar, pois tanto em casa como no emprego, estou poucas vezes sozinha e para já não estou muito interessada que saibam que tenho um e-mail só para mim. Neste site é difícil identificarem-me pois ninguém sabe da minha história e o meu marido não domina muito bem a informática, ainda precisa da minha ajuda para ir ao computador.
Mariana

Lilith disse...

Olá Mariana

É fácil falar para quem está de fora dos acontecimentos, para quem não tem os sentimentos mergulhados numa história assim. Contudo, eu gostaria de dizer-lhe que se preserve. Preserve-se, acima de tudo desse desgaste permanente de tentar arranjar justificações para os movimentos ou acções do seu marido. Isso apenas serve para a pôr insegura sobre o que ele sente por si e, pior ainda, insegura sobre o seu valor como mulher. Não estou a dizer que não esteja atenta às atitudes dele, até porque é mau ser vítima de infidelidade, mas deixar que aconteça à frente dos nossos olhos e fecharmo-los propositadamente para não ver, é bem pior ainda, na minha opinião. O que digo é que não pode pautar apenas o seu valor como pessoa através do relacionamento com o seu marido. A Mariana é mais do que isso. Com toda a certeza é mulher de muito valor e que tem de ser apreciada pelo que vale. A dor de ser traída, infelizmente ninguém conseguirá atenuar e terá de arranjar dentro de si forças para cicatrizar a ferida que ficou (de preferência bem cicatrizada, caso contrário ao mínimo sinal abrirá novamente, com consequências imprevisiveis). Também tem a experiência de vários anos vividos em comum e isso certamente dar-lhe-á pistas sobre a veracidade ou não do comportamento do seu marido. Há quem consiga ultrapassar uma infidelidade e há quem não consiga ultrapassar. Há quem seja infiel uma vez e não o será mais e há quem seja infiel a vida toda, mesmo mudando de parceiro. A solução que arranjar para a sua vida terá de ser aquela que lhe der mais paz interior. De nada lhe servirá manter o casamento, se não conseguir ultrapassar as suas dúvidas e passar a vida inteira a martirizar-se por causa delas. Se ajudar, faça uma lista daquilo que gosta no seu casamento e daquilo que gostaria que fosse modificado. As coisas anotadas em papel dão-nos uma perspectiva mais clara sobre os problemas. Se achar que o deve fazer, fale com o seu marido sobre os aspectos que gostaria de ver modificados para melhor. Ele provavelmente terá também aspectos que gosta no casamento e outros que gostaria de modificar. Se é vossa intenção ficar juntos, decubram quais as razões fundamentais para se manterem juntos (e não contam razões como: "não nos separamos porque o meu filho já disse não quer viver com os pais separados" - porque as razões que mantêm 2 pessoas juntas têm de ser outras e bem lá no fundo a Mariana sabe que assim é).
Fundamentalmente, tanto o seu marido como a Mariana têm razaões válidas para ainda quererem dar uma oportunidade ao vosso casamento. Têm apenas de colocá-las em evidência e ambos têm de estar dispostos a defendê-las com unhas e dentes sem interferências de terceiros.
De certeza que viu qualidades no seu marido quando casou com ele. Ele também as viu em si. Têm de encontrar isso novamente um no outro. Se não, a Mariana pode até manter o casamento, mas será apenas de fachada.
Abraço
Lilith

Anónimo disse...

Olá
bom dia
quero agradecer por me ter "escutado" e pelas suas respostas, obrigado. As suas palavras ajudaram-me muito, porque realmente eu só tinha desabafado com um casal amigo que são os únicos que sabe dos factos, mas como são amigos comuns, não me pude alargar muito nas minhas confidências porque de certeza que eles também ouviram as dele.
Neste momento nós estamos indo muito bem ele continua a ajudar-me e a elogiar-me em tudo até repara na forma como me visto, diz que estou a ficar mais bonita, que estes quilinhos que perdi me dão ar mais elegante, etc.
Voltámos a conversar para fazer uma análise dos acontecimentos, embora sem falar em pormenores do que aconteceu (com os quais já nos martirizámos muito, pelo menos eu, e ele acredito que também) pois ele não gosta muito, chegámos à conclusão que a relação está a evoluir e que estamos a conseguir lidar com a situação. Vou vivendo um dia de cada vez e acreditando nesta felicidade que eu espero que não se acabe. Estou a cuidar mais de mim a dar a entender que estou um pouco mais desligada dos passos dele. Já há algum tempo que não suspeito de nada em especial, mas vou continuar atenta.
Mais uma vez obrigada pelas suas palavras amigas e se me permite eu vou entrando nos comentários conforme for tendo alguma novidade digna de registo. Pode crer que me ajudou bastante.

Cumprimentos
Mariana

Lilith disse...

Olá Mariana

Não tem que me agradecer. Mesmo não a conhecendo pessoalmente, acredite que fico muito acontente em saber que ajudei, ouvindo o que tinha para dizer e com os meus "conselhos" se disso podem ser chamados.
Fico a torcer que consiga ser feliz no seu casamento. Acredito que quando ainda existe amor e vontade de ambas as partes em mudar, vale a pena lutar pela felicidade conjunta.
Gostaria que fosse dando noticias, mesmo que não seja por causa do seu casamento, mas não se sinta constrangida em fazê-lo se o não quiser.
Desejo-lhe sinceramente muita felicidade na sua vida e acima de tudo acredite em si e no seu valor - ninguém pode tirar-lhe isso!

Abraço
Lilith

Anónimo disse...

Olá bom dia.
Entrei só para dizer que está indo tudo bem.
Agora estou bem melhor, já há algum tempo que não encontro nada para desconfiar nem pegar no pé do meu marido e ele está cada vez melhor comigo, sempre a ajudar-me a elogiar-me. Bem sei que "quando a esmola é muita o pobre desconfia", mas acho que já chega de desconfianças. Agora vou viver a minha vida, olhando mais para mim e deslingando-me mais destes assuntos que só me fazem sofrer. Já lhe fiz ver que não vou sofrer mais por ele, se voltar a descobrir que continua na mesma, é porque não me merece e aí já não perdôo. E muito sinceramente acho que quem vai ficar a perder é ele, pois eu sinto-me preparada para o que der e vier.
Quando se ama e se acha que vale a pena o melhor é seguir em frente, ultrapassando tudo e todos, e olhem que eu já ultrapassei tantos obstáculos que achava que não conseguia ultrapassar e este site ajudou-me bastante nesse aspecto. Mas continuo a arranjar forças para ser feliz e acho que vale a pena. Não me arrependo de nada que fiz até agora.

Mariana

Lilith disse...

Olá Mariana

Fico feliz que tenha dado notícias e ainda mais por saber que está a seguir a sua vida para a frente, de cabeça erguida e a pensar no que é melhor para si!
Há muito tempo que aprendi a não emitir juízo de valores sobre a forma das pessoas levarem a sua vida e para mim é muito gratificante que um texto meu tenha ajudado alguém a ultrapassar um período menos bom da sua existência. Gostei que tenha dito que não se arrepende de nada que fez até agora. Só demonstra que esta experiência, apesar de má, permitiu que crescesse como ser humano e isso é o mais importante.
Continuo a desejar-lhe as maiores felicidades!

Lilith