Reposição da Verdade - Até Amanhã

domingo, dezembro 30, 2007

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Facultaram-me anonimamente acesso ao endereço dum livro de visitas onde o meu post ATÉ AMANHÃ tinha sido descaradamente reproduzido sem permissão por uma "floraapaixonada", a qual, por omissão, também se havia apropriado da sua autoria.

Passo a transcrever a mensagem que deixei no livro de visitas da dita senhora:


Minha Cara floraapaixonada,

Devo dizer que nada na vida nos acontece por acaso e o facto de me terem facultado a página do netlog do seu amigo AM220606 não foi, com toda a certeza, uma mera coincidência!
Constatei que é fã do meu post "Até Amanhã", o qual publiquei em 28 de Agosto de 2006 no meu blog http://asfasesdalua-lilith.blogspot.com.
No entanto, Cara floraapaixonada, esse post tem, como qualquer outra criação literária, direitos de autor, os quais a Sra. parece ter esquecido (propositadamente ou não) quando "dedicou" o MEU TEXTO ao seu amigo acima indicado, não fazendo qualquer menção à sua real e legítima autora, nem à página da internet de onde este foi ROUBADO.
Caso não esteja informada sobre o acto ílicito e criminal que cometeu, por favor informe-se. Para lhe facilitar a vida, até lhe posso indicar o site da "Wikipédia" onde, numa forma sucinta, poderá obter informação sobre o assunto: http://pt.wikipedia.org/wiki/Copyrights. É que, Cara floraapaixonada, a internet não serve tão somente para fazermos "copy / paste" de textos que nos são alheios, serve também para estarmos informados e aprendermos qualquer coisa de útil, nomeadamente apreciar e respeitar a criatividade artística dos outros!
No referido artigo vai poder ler o seguinte:
"Contrafacção é a cópia não autorizada de uma obra, total ou parcial. Toda a reprodução é uma cópia, e cópia sem autorização do titular dos direitos autorais e ou detentor dos direitos de reprodução ou fora das estipulações legais constitui contrafacção, um acto ilícito civil e criminal.
Cabe ao autor o direito exclusivo de utilizar, fluir e dispor da obra literária, artística ou científica, dependendo de autorização prévia e expressa do mesmo, para que a obra seja utilizada, por quaisquer modalidades, dentre elas a reprodução parcial ou integral.
(...)
Em Portugal, essa matéria é regulada pelo Código do Direito de Autor e dos Direitos Conexos e pelo Decretos-Lei seguintes desde que não contrariem o disposto neste Código permanecem em vigor tais como: Decreto-Lei n.º 63/85, de 14 de Março, com as alterações feitas pela Lei n.º 45/85, de 17 de Setembro, pela Lei n.º 114/91, de 3 de Setembro, pelo Decreto-Lei n.º 332/97, de 27 de Novembro, e pelo Decreto-Lei n.º 334/97, de 27 de Novembro."
Como pode verificar, ao citar parte do artigo publicado na Wikipédia, coloquei o conteúdo entre aspas e disponibilizei informação de onde este foi retirado. Assim, estou a respeitar o trabalho e os conhecimentos de quem colocou essa informação à disposição de todos que navegam na internet, sem me apropriar indevidamente da sua autoria!
Assim, como forma de repor a legalidade dos factos, exijo que proceda uma das seguintes formas:
1. ou faz uma rectificação à sua mensagem e menciona o pseudónimo da autora e a página da internet de onde foi retirado o MEU TEXTO "Até Amanhã" no livro de visitas do seu amigo AM220606;
2. ou pura e simplesmente retira o MEU TEXTO do livro de visitas do seu amigo.
Caso assim não proceda, ver-me-ei forçada a apresentar queixa-crime contra si nas instâncias competentes.
Da próxima vez que se sentir tentada a copiar algo que não é seu, experimente em 1º lugar pedir autorização ao respectivo autor. Não custa nada e faz parte das regras da boa educação, além de evitar as consequentes complicações legais / jurídicas que possam advir desse incumprimento.
Atentamente,

Lilith

Este Amor

quarta-feira, dezembro 26, 2007

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Este Amor
(... my precious one)
Foi suave poema
Sussurrado ao ouvido,
Sustenido no tempo
Em doce Vibrato.

Este Amor
(... my vicious one)
Foi força indomada,
Fecundada paixão.
A tua seiva
No meu corpo

Este Amor
(... my treasured one)
Foi apaziguado sabor
Da batalha ganha,
Na morosa guerra
Há muito perdida.

Este Amor
(... my strongest one)
Foi pura essência
Da minha nua Alma
Presa à tua

Este Amor
(... to Thee I surrender)
Foi todo teu...

O Estado da Nação

sábado, dezembro 01, 2007

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Vivem há mais de 25 anos porta com porta com os meus pais. Óptimos vizinhos, excelentes pais da filha única, a qual vimos crescer desde tenra idade. Sacrificaram-se para que pudesse ter um curso superior e chegar mais longe do que eles. Pessoas honestas, trabalhadoras, sempre prontas a ajudar em tudo que seja necessário e, acima de tudo, compenetradas na sua vida e pouco dadas a mexericos. Ela, saía de casa todos os dias pelas 7,30 h da manhã para entrar na fábrica de confecções às 8 h, voltando já tarde. Ele, trabalhando por turnos, muitas das vezes regressava a casa pouco depois de ela ter saído. Está desempregado há já 2 anos. Ela ficou sem trabalho o mês passado. Estão ambos na casa dos 50 e poucos. Atarantados pela incerteza do dia seguinte, não assimilaram ainda como tamanha injustiça lhes coube em sorte. Ela não consegue esconder os olhos rasos de água nem o terror interno que lhe preenche o olhar. Nunca se viu em tal situação. Sabe que dificilmente conseguirá um novo emprego. Ele, porque é homem, e aos homens não é permitido chorar quando tudo desaba à frente deles, desvia os olhos para o infinito e morde o filtro do cigarro. Dói-me não poder fazer nada por eles, a não ser rever-me no seu desespero. Perder o trabalho, o sustento de uma família, é perder a dignidade. É perder as rédeas da vida. É depender de estranhos. E desenganem-se aqueles que pensam isso apenas acontece às pessoas com baixos níveis de instrução. Tenho amigos com cursos superiores, mestrados, doutoramentos que trabalham em empregos precários cujas remunerações pouco maiores são que o ordenado mínimo nacional e que preferem isso a sentir que perderam a dignidade. Ou aqueles que nem isso conseguem, porque “possuem qualificações a mais para o lugar” (???). Ou, pior ainda, muito frequente nesta sociedade actual de “iluminados”, aqueles que já não têm 35 anos e por isso “passaram o prazo de validade” como os iogurtes ou outro mantimento perecível. Imensos empresários de pequenas empresas, nos quais eu me incluo, que caminham permanentemente na estreita linha entre a sobrevivência do negócio e o abismo da falência, obrigando-os a medidas autofágicas como última solução de recurso, mas que mesmo assim não dão garantias de rigorosamente nada. Por isso, só me dá vontade de rir de raiva quando o governo nos quer fazer crer que estamos a sair da crise. Dá-me vontade de rir de raiva, quando alguém com responsabilidades governativas afirma que o sector empresarial do norte tem de reagir e não esperar que as coisas lhes caiam no colo, como se alguma vez o empresário nortenho não soubesse que apenas pode contar com ele para o que der e vier, porque a capital e o poder governativo deste país sempre sofreram de miopia extrema e não conseguem ver mais além do que o seu próprio umbigo. Dá-me vontade de rir de raiva escutar isso de alguém que vive entre os gabinetes do poder político muitas das vezes sem qualquer tipo de experiência empresarial ou de trabalho efectivo em empresas reais com problemas reais. Dá-me vontade de rir de raiva, quando por um simples movimento de secretaria se transforma alguém com a 4ª classe num adulto com o 12º ano, sem que para isso tenha de aprender algo de relevante que lhe transmita reais conhecimentos a esse nível, apenas porque ao governo interessa camuflar as estatísticas que colocam este país com um índice de iliteracia elevadíssimo e com um dos mais baixos níveis de escolaridade, esquecendo que isso só pode ser combatido com reais conhecimentos e não com emissão de diplomas. Dá-me vontade de rir de raiva quando ouço pretensos “yuppies” (o que eu apelido de “yuppies” à portuguesa) falar em downsizing e key account e marketing development e outras pérolas do género (quem puder, leia a coluna de opinião do jornalista Joel Neto na revista NS da semana passada) como se as palavras ditas em inglês americanizado lhes conferisse um estatuto acima dos “comuns e reles mortais”. Dá-me vontade rir de raiva quando alguém tem a ideia peregrina de escrever que o salário médio dos portugueses ronda os 840,00 € (a Yasmeen dedica um post a este tema, o qual aconselho vivamente a ler). Neste caso dá vontade de perguntar se há outro Portugal que eu não conheço, mas para o qual pretendo mudar-me já amanhã (é só o tempinho de fazer as malinhas e partir...), ou se a pessoa que escreveu esta pérola (supostamente) jornalística conhece o país em que supostamente habita, onde há locais que não existe electricidade, nem água canalizada, nem rede de esgotos, nem estradas dignas desse nome, onde crianças têm de andar horas de camioneta para continuar a estudar, onde mães põem em risco a sua vida e a dos seus filhos dando à luz em ambulâncias estacionadas na berma da estrada, onde pessoas com doenças em fase terminal são obrigadas a trabalhar porque o Estado não lhes reconhece a dignidade de morrerem em paz, onde as pessoas caminham na rua de semblantes carregados porque ninguém hoje em dia tem motivos para sorrir, onde o salário real da maioria anda muitíssimo abaixo dos tais € 840,00! Muito honestamente, dói-me ser portuguesa neste Portugal tão tacanho!