Anjo de Asas Quebradas

quinta-feira, fevereiro 15, 2007

Nada mais peço que a intensidade latejante
Que sustenta esse seio na minha mão inquieta.
Lufada de ar arquejando a vontade dum beijo
Numa dança de corpos envoltos em desejo naufragado.

Ela é menina de olhar veludo profundo
Que embriaga as minhas noites e os meus dias
E se esquiva por entre a perplexidade dos meus dedos
Sempre que a procuro para lá da luz névoa do seu rosto.

Ela é pássaro ferido, descansando docemente no meu abraço
Em melancólico pensamento distante,
Revisitando ávidas memórias de outros beijos
Gravadas num outro abraço, que não o meu

Ela é o meu anjo de asas quebradas,
Voando a esmo na escuridão dum trilho intuído,
Perdido há muito das palavras sussurradas do Amor.
Soubesse eu iluminar-lhe a vida…

10 Comentários:

Anónimo disse...

tão bonito e bem escrito! ^^

Anónimo disse...

recebemos o amor como ele se apresenta,reagimos mecânicamente, passivamente,
como uma casca de noz abandonada às ondas do mar.Não é fácil criar um modo de ver e de
receber o amor que,preenchendo o interior da alma,se difunda depois para o exterior e
vá ao encontro de tudo, clarificado-o..
pois o amor é mesmo para ser iluminado.
o poema é lindo
beijos..

Anónimo disse...

Esse seu anjo tem um quê de humano, que lhe dar ares adoráveis.

Manel Filme disse...

Estará a Luz nas nossas mãos?
Seremos capazes de Iluminar
Se um coração fechado
Quebra as Asas recusando voar?

Muito bonito!!
Bjs

Anónimo disse...

Lindo!
Beijinhos

Anónimo disse...

Tenho vergonha de dizer que não entendo nem quero entender. Estou realmente arrependido.

Saudaçoes.

Lilith disse...

Publiquei o seu comentário, mas não o entendi.
Importa-se de me clarificar? (se o quiser fazer, é claro!).

Saudações,

Lilith

Anónimo disse...

Não faço ideia da mensagem do presente texto!..

Obrigado.

Lilith disse...

A mensagem de cada texto é recriada por cada um dos leitores, daí o meu fascínio pela escrita, porque cada um faz a sua própria interpretação. Por isso não procuro passar mensagens, mas sim textualizar situações em que cada um crie a sua realidade dessa mesma situação, ou se identifique duma forma ou de outra no escrevo. Nesta situação em concreto idealizei um homem que ama uma mulher. Essa mulher, saída dum relacionamento conturbado, não ama esse homem. Ele sabe disso e essa situação entristece-o e magoa-o. Gostaria de poder ter poderes para modificar essa situação, mas não tem. Gostaria que o seu amor fosse suficiente para fazê-la regressar ao lado iluminado da vida, mas não é. De certa forma, essa mulher é um anjo perdido, de asas quebradas, incapaz de voar no amor que ele lhe oferece.
Mas como digo, cada um pode interpretar de formas diferentes. Agora, continuo a não entender porque disse: "Tenho vergonha de dizer que não entendo nem quero entender." (?) "Estou realmente arrependido." (?) - Porquê?

Saudações,

Lilith

Anónimo disse...

Deste ponto de vista, o texto faz sentido para mim. Embora eu adoro o idioma Português, continuo a não compreender todas as suas sutilezas que são substanciais.

Obrigado por desculpar
qualquer mal-entendido da minha parte.
Você é muito amável.

Saudações.