Vemo-nos por aí...

sábado, março 14, 2009

E encontramo-nos onde?
Por aí, encontramo-nos por aí… algures. Um dia destes… por aí.
Apeteceu-me dizer.
Refreei-me no desinteresse quase indisfarçável e disse: pode ser no sítio do costume, à mesma hora de sempre.
Ando tão desinteressada e desinteressante que me admira haver ainda alguém que se entusiasme com a minha presença.
A minha vontade era ter dito: esquece-me, porque não há forma de eu sentir a tua falta. É-me indiferente que apareças. É-me indiferente que me queiras segurar tremulamente a mão. Jamais me extasiarei com a hipotética promessa dum beijo trocado contigo.
Mas calei-me. Por respeito. E porque me obrigo a olhar para ti dum jeito que sei nunca irei conseguir. Tento desenterrar à força, por baixo desta minha indiferença, uma minúscula réstia de sentimento a que me possa agarrar e dar a volta a esta estória, tão sem história e tão sem futuro. É um nado morto, que me pesa nos braços. Não sei o que fazer com os restos mortais de algo que eu sempre soube não ter hipótese de ver a luz do dia.
Sinto-me cansada. E apática.
A vida tem mesmo um estranho sentido de humor.

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